Não era de Santarém esse grande poeta seiscentista que Santarém visitava amiudadas vezes e em Santarém veio a falecer, nas águas do Tejo, quando ao atravessar o rio, numa altura de "cheia", naufragou a barca em que seguia, em 24 de Novembro de 1621.
Ao Tejo, que havia de ser a sua sepultura, dedicou ele um dos mais belos sonetos da literatura portuguesa:
Formoso Tejo meu, quão diferente,
Te vejo e vi, me vês agora e viste:
Turvo te vejo a ti, tu a mim triste,
Claro te vi eu já, tu a mim contente.
A ti foi-te trocando a grossa enchente
A quem teu largo campo não resiste;
A mim trocou-me a vista em que consiste
O meu viver contente e descontente!
Já que somos no mal participantes
Sejamo-lo no bem. Oh quem me dera
Que fôssemos em tudo semelhantes!
Lá virá então a fresca primavera,
Tu tornarás a ser quem eras d'antes:
Eu não sei se serei quem d'antes era!
Tudo o que escrevo aqui não deve ser levado à letra; exteriormente continuarei a ser a buuuspectacular, mas interiormente (cá com os meus botões) ainda tenho o direito de questionar, ou não?!
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