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sábado, 29 de junho de 2013


quarta-feira, 26 de junho de 2013


domingo, 23 de junho de 2013

Nunca fui como todos
Nunca tive muitos amigos
Nunca fui favorita
Nunca fui o que meus pais queriam
Nunca tive alguém que amasse
Mas tive somente a mim
A minha absoluta verdade
Meu verdadeiro pensamento
O meu conforto nas horas de sofrimento
não vivo sozinha porque gosto
e sim porque aprendi a ser só...

Florbela Espanca

sexta-feira, 21 de junho de 2013


segunda-feira, 17 de junho de 2013


sábado, 15 de junho de 2013


sexta-feira, 14 de junho de 2013


segunda-feira, 10 de junho de 2013


domingo, 9 de junho de 2013


sábado, 8 de junho de 2013

"Os homens chamaram-me louco; mas a questão ainda não está assente se a loucura é ou não a mais elevada inteligência - se quase tudo o que é glória, se tudo o que é profundidade, não provém de uma doença do pensamento, de um modo de ser do espírito exaltado à custa do intelecto geral. Os que sonham de dia têm conhecimento de muitas coisas que escapam aos que só sonham de noite."

Edgar Allan Poe, Contos Fantásticos, Eleonora

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Sobre a "fuga da realidade", expressão usada para descrever a sensação de prazer derivada do uso de certas drogas, Sigmund Freud (1856-1939) escreveu:
O serviço prestado pelos veículos intoxicantes na luta pela felicidade e no afastamento da desgraça é tão altamente apreciado como um benefício, que tanto indivíduos quanto povos lhes concederam um lugar permanente na economia de sua libido. Devemos a tais veículos não só a produção imediata de prazer, mas também um grau altamente desejado de independência do mundo externo, pois sabe-se que, com o auxílio desse ‘amortecedor de preocupações’, é possível, em qualquer ocasião, afastar-se da pressão da realidade e encontrar refúgio num mundo próprio, com melhores condições de sensibilidade. Sabe-se igualmente que é exatamente essa propriedade dos intoxicantes que determina o seu perigo e a sua capacidade de causar danos. São responsáveis, em certas circunstâncias, pelo desperdício de uma grande quota de energia que poderia ser empregada para o aperfeiçoamento do destino humano.

terça-feira, 4 de junho de 2013

País das loucuras


Todos nós somos loucos,
Afinal, vivemos no país das loucuras
Onde tudo tem um jeitinho;
Onde o crime é aplaudido de pé no governo;
Onde os ratos discursam e são aclamados;
Onde a justiça é cega, de fato;
Onde a marginalidade é respeitada;
Onde ser honesto é motivo de piada;
Onde bandidos tem patente e farda;
Onde a corrupção é uma epidemia;
Onde ser assassinado é aumentar os números das pesquisas;
Onde os homens de bem se refugiam atrás das grades de casa;
Onde as crianças trabalham nas ruas para sustentar suas famílias;
Onde os idosos são espancados e discriminados;
Onde os mendigos são queimados vivos enquanto dormem;
Onde a inocência é violentada;
Onde a água doce vira depósito de esgoto;
Onde os delinquentes planejam e executam seus crimes direto da cadeia;
Onde o dinheiro dos fiéis das igrejas enriquece ilicitamente seus diligentes;
Onde o branco é encardido;
Onde o preto é desbotado;
Onde o podre não é descartado;
Onde o bom apodrece para ser ingerido;
Onde os absurdos são tão normais;
Onde só sobrevivem os hipócritas!
Colibri Lunar

segunda-feira, 3 de junho de 2013

"Árvores são poemas que a terra escreve para o céu. Nós as derrubamos e as transformamos em papel para registrar todo o nosso vazio."
Khalil Gibran

sábado, 1 de junho de 2013

Ode à Criança


A criança é criativa porque é crescimento e se cria a si própria. É como um rei, porque impõe ao mundo as suas ideias, os seus sentimentos e as suas fantasias. Ignora o mundo do acaso, pré-elaborado, e constrói o seu próprio mundo de ideais. Tem uma sexualidade própria. Os adultos cometem um pecado bárbaro ao destruir a criatividade da criança pelo roubo do seu mundo, sufocando-a com um saber artificial e morto, e orientando-a no sentido de finalidades que lhe são estranhas. A criança é sem finalidade, cria brincando e crescendo suavemente; se não for perturbada pela violência, não aceita nada que não possa verdadeiramente assimilar; todo o objecto em que toca vive, a criança é cosmos, mundo, vê as últimas coisas, o absoluto, ainda que não saiba dar-lhes expressão: mas mata-se a criança ensinando-a a ater-se a finalidades e agrilhoando-a a uma rotina vulgar a que, hipocritamente, se chama realidade. 

Robert Musil, in 'O Homem sem Qualidades'