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sexta-feira, 30 de agosto de 2013


quinta-feira, 29 de agosto de 2013


quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Todas as cartas de amor...

    Todas as cartas de amor são
    Ridículas.
    Não seriam cartas de amor se não fossem
    Ridículas.

    Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
    Como as outras,
    Ridículas.

    As cartas de amor, se há amor,
    Têm de ser
    Ridículas.

    Mas, afinal,
    Só as criaturas que nunca escreveram
    Cartas de amor
    É que são
    Ridículas.

    Quem me dera no tempo em que escrevia
    Sem dar por isso
    Cartas de amor
    Ridículas.

    A verdade é que hoje
    As minhas memórias
    Dessas cartas de amor
    É que são
    Ridículas.

    (Todas as palavras esdrúxulas,
    Como os sentimentos esdrúxulos,
    São naturalmente
    Ridículas.)

    Álvaro de Campos

segunda-feira, 26 de agosto de 2013


domingo, 25 de agosto de 2013


terça-feira, 20 de agosto de 2013

Pessoas Que Tratam Animais Como Gente



Pessoas que tratam animais como gente... 
E nem ligam para um indigente... 
Têm a essência da alma incoerente! 

No fundo, estas pessoas são inseguras... 
Procurando consolo em mil ternuras... 
Num lindo animal, 
Instintivo e irracional! 

Pessoas que tratam animais como gente... 
E nem ligam para um indigente... 
Só enxergam insegurança na frente! 

Elas mimam seus animais, 
Que julgam especiais... 
Porque sabem que eles são dependentes... 
Dos seus tratos frementes! 

Um cachorro de madame não tem personalidade... 
Pois, depende muito da sua dona de verdade! 
Pessoas que mimam seus animais, 
Que julgam especiais... 

Têm um pavor horrível da solitude... 
Por isto tomam esta errada atitude... 
De tratar seus animais como filhos ... 
Saindo dos normais trilhos! 

Elas precisam de uma criatura... 
Para dominar com doçura... 
E os seus animais de estimação colaboram com esta loucura! 

A perua que compra uma coleira, 
Que é uma jóia cara e verdadeira, 
Que custa mais do que uma cesta básica... 
No fundo é uma pobre lunática! 

Pessoas que tratam animais como gente... 
E nem ligam para um indigente... 
Só enxergam insegurança na frente! 

Porque elas fazem parte de uma elite, 
Que nem sequer sabe dar palpite! 
Pois, estão mais preocupadas com seus bichos do que com a coletividade... 
Esta é a mais cruel e pura verdade . 

Luciana do Rocio Mallon


É caso para dizer: Ó Luciana, abre a pestana!

segunda-feira, 19 de agosto de 2013


quinta-feira, 15 de agosto de 2013


quarta-feira, 14 de agosto de 2013


domingo, 11 de agosto de 2013

O meu soneto

Em atitudes e em ritmos fleumáticos,
Erguendo as mãos em gestos recolhidos,
Todos os brocados fúlgidos, hieráticos,
Em ti andam bailando os meus sentidos...

E os meus olhos serenos, enigmáticos,
Meninos que na estrada andam perdidos,
Dolorosos, tristíssimos, extáticos,
São letras de poemas nunca lidos...

As magnólias abertas dos meus dedos
São mistérios, são filtros, são enredos
Que pecados d’amor trazem de rastos...

E a minha boca, a rútila manhã,
Na Via Láctea, lírica, pagã,
A rir desfolha as pétalas dos astros!...
Florbela Espanca

quarta-feira, 7 de agosto de 2013


segunda-feira, 5 de agosto de 2013

A vocação da cerejeira


Os passarinhos

Que bonitos, que engraçados,
que pequenos, coitadinhos,
os estouvados
dos passarinhos!

A sua vida é cantar,
voar,
brincar pelo ar,
e alegrar,
com seus chilreios
tão cheios
de graça e boa alegria,
a luz do dia!

Que bonitos, que contentes,
e que espertos, coitadinhos,
os inocentes
dos passarinhos!

A sua vida é voar,
cantar,
brincar pelo ar
em ranchos alegres e mui divertidos;
e, quando poisam em ramos floridos,
parece que as flores estão a gorjear!

Que bonitos, que engraçados,
os passarinhos,
se estão casados
dentro dos ninhos,
e vão criando com mil cuidados
os seus meninos!

E então quando os pequeninos,
já mais crescidos,
podem sair?
Vêm com os pais,
e eles piam,
piam,
piam,
muito contentes, os atrevidos,
assim a modos que a rir
e aos ais...
E os pais
estão mesmo a dizer: - Vê lá se cais!
Por aqui, por aqui, por este lado,
devagarinho,
que tu és um passarinho
muito pequeno. Cuidado!
Sim, quando fores grande, então voarás:
e hás-de ir subindo,
cantando e rindo,
sempre a voar,
lá tão alto, que o Sol fique pertinho
de ti, meu pobre e lindo passarinho!...

Lopes Vieira, O Livro da Terceira Classe, 1958

domingo, 4 de agosto de 2013

Com essas cintas da moda
que te apertam sobre o seio
pareces uma garrafa 
com o gargalo no meio.

Com os sapatos em bico
e saltos de grande altura
de certo que vais cair
e borrar toda a pintura.

Mostrando o seio saltitante
quer seja inverno ou verão
de certo sabes que os homens
vais aumentar a tensão.

Com o seio volumoso 
deslumbras qualquer mirone
mas nem sabe o desejoso
se é carne ou silicone.
Sr. Carlos, 87 anos, Santarém

sábado, 3 de agosto de 2013

"No meio da confusão encontre a simplicidade. A partir da discórdia, encontre a harmonia. No meio da dificuldade reside a oportunidade."
Albert Einstein

quinta-feira, 1 de agosto de 2013