Páginas

domingo, 18 de março de 2012

O Sol


Amenófis IV - Akhenaton, faraó da XVIII dinastia do reino do Egipto, adorava o Sol a um tal ponto que o instaurou como deus único, um acto que lhe valeu o ódio de muitos membros do clero todo-poderoso. Ele compôs um magnífico poema, "O Hino ao Sol", cujos versos exaltados exprimem todo o amor que o rei sentia por este astro que está na origem de toda a vida.

sábado, 17 de março de 2012

Platão distingue três almas:


Alma Racional (razão)É a alma superior, destina-se ao conhecimento das ideias. Localiza-se na cabeça, e tem uma virtude principal, a Sabedoria.
Alma IrascívelEsta alma está associada à vontade, dando ao Homem o ânimo necessário para enfrentar os problemas e os conflitos. Localiza-se no peito e tem uma virtude, a Força.  
Alma concupiscenteÉ a mais baixa de todas. É constituída pelos desejos e necessidades básicas. Está localizada no ventre, e tem como virtude, a Moderação.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Os ciganos

Incomodam-me comentários do tipo: "Por mim, eram todos expulsos..."
Caramba, eles são o reflexo da sua família e do meio onde estão inseridos. Sem estrutura sólida mas com direito à educação/aprendizagem.
Depois ainda é mais ridículo ficar-se ofendido com os seus comentários típicos como: "Os teus defuntos!" ou "És de má raça!".
É caso para questionar: Afinal quem são os adultos e quem são as crianças?


quinta-feira, 15 de março de 2012

O Rapaz com Pregos nos Olhos


O Rapaz com Pregos nos Olhos
montou a sua árvore de Natal.
Parecia muito estranha
porque ele realmente via mal.

                                                                        Tim Burton

quarta-feira, 14 de março de 2012

Dia Mundial do Consumidor

É amanhã, mas eu antecipei-me e já ando a festejá-lo hoje à grande... faço a festa, atiro os foguetes e apanho as canas!
Pois bem, enviei para a Royal Canin códigos de barras no valor de 160 euros, para trocar por um túnel para o meu cão. Em correio normal! Ai se eu soubesse... Isto, já lá vai mais de um mês.
O túnel nem vê-lo... Liguei para a Royal Canin e ficaram de ver o que se passava.
Então hoje dizem-me isto:
Lamentamos informar que não recebemos qualquer correspondência - Cartão Gostar & Cuidar e códigos de barra - a solicitar o brinde túnel cão. Verifique por favor se a carta que nos enviou não lhe terá sido devolvida.
E eu respondo assim:
A carta não me foi devolvida... Sinceramente, para a próxima vai registada e com aviso de recepção... se houver próxima. Sabe que corre o boato que a Royal Canin é uma desorganização?! Agora percebo o porquê.
Fui à estação de correios informar-me mas, como nesta terra transborda incompetência por todos os lados, nada...
Nada o buuuralho!!! Contactei o número de telefone que consta no site dos CTT e uma alma tem a gentileza de fornecer o contacto do refluxo postal - para onde vão as cartas que não são entregues nem no destinatário nem no remetente.
O refluxo postal não atende, amanhã haverão mais tentativas.
Agora só estou à espera da resposta da Royal Canin... Espero que seja do meu agrado... Senão temos festa! E brava!
Ahahahahahah... A má publicidade é péssima para o negócio!!!

(Acalma-te Ana Cristina, respira... inspira... expira...)

Na manhã seguinte, o carteiro entrega o TÚNEL na minha morada...
Não acho normal, parece que é só para enervar a minha pessoa... Por amor da santa!

Vinagre de Maçã


A maçã crua é um alimento muito conhecido pelos seus benefícios digestivos, transformada em vinagre de maçã esta fruta não perde em absoluto suas propriedades. Trata-se de um excelente agente para melhorar a digestão, pois ao mesmo tempo ajuda ao estômago a trabalhar para a digestão dos alimentos; também é um excelente diurético que permite eliminar os restos gerados na digestão.
Além disso, o vinagre de maçã é especialmente útil para perder peso e emagrecer, pois ao ter um poder saciante e desinchante permite reduzir o apetite e por o limite justo no momento de almoçar ou jantar.
É recomendável condimentar suas comidas com vinagre de maçã, especialmente quando trata-se de saladas, as quais adquirem um sabor mais gostoso com ele. Mas este não é o único jeito de consumir vinagre de maçã; você também pode beber um copinho antes de comer, mas recomendamos misturá-lo com água para que não fique tão concentrado.
O vinagre de maçã auxilia no tratamento de mais de 300 doenças...

terça-feira, 13 de março de 2012

Ginasticar...

A nível escolar, nas escolas primárias, claro, eu "desenrasco-me" em tudo. A sério, venha o Inglês, a Expressão Dramática, a Informática, tudo...
Mas a Educação Física sempre me causou algum receio e respeito. Receio porque muitas crianças "à solta" ao ar livre é dose, dose enorme... Respeito por quem o faz bem feito; manter "as tropas" alinhadas não é para todos...
Além disso, o meu historial escolar a esse nível foi péssimo... Grandes argumentos, factos verídicos à mistura com ficção, com todos os professores de Educação Física que tive. Basicamente, sempre para escapar às tarefas... Mas também que fique aqui escrito: tarefas que, na grande maioria das vezes, ordenavam fazer mas exemplificar "tá quieto"! E isso sempre me revoltou imenso...ainda bem!
Mas hoje tive a prova dos nove: "armei-me" em professora de ginástica e voilá...
Foi lindo!!! Com exercícios de aquecimento e tudo... e 5 voltas à escola a correr!


Ao fim do dia o que conta é que uma criança vem ao meu encontro e diz: "Professora, adorei a aula!"
: ) Eu também...

O paradoxo do nosso tempo


segunda-feira, 12 de março de 2012

Um Dia Isto Tinha Que Acontecer, por Mia Couto



Existe mais do que uma! Certamente!
Está à rasca a geração dos pais que educaram os seus meninos numa abastança caprichosa, protegendo-os de dificuldades e escondendo-lhes as agruras da vida.
Está à rasca a geração dos filhos que nunca foram ensinados a lidar com frustrações.
A ironia de tudo isto é que os jovens que agora se dizem (e também estão) à rasca são os que mais tiveram tudo. Nunca nenhuma geração foi, como esta, tão privilegiada na sua infância e na sua adolescência. E nunca a sociedade exigiu tão pouco aos seus jovens como lhes tem sido exigido nos últimos anos.
Deslumbradas com a melhoria significativa das condições de vida, a minha geração e as seguintes (actualmente entre os 30 e os 50 anos) vingaram-se das dificuldades em que foram criadas, no antes ou no pós 1974, e quiseram dar aos seus filhos o melhor.
Ansiosos por sublimar as suas próprias frustrações, os pais investiram nos seus descendentes: proporcionaram-lhes os estudos que fazem deles a geração mais qualificada de sempre (já lá vamos...), mas também lhes deram uma vida desafogada, mimos e mordomias, entradas nos locais de diversão, cartas de condução e 1.º automóvel, depósitos de combustível cheios, dinheiro no bolso para que nada lhes faltasse. Mesmo quando as expectativas de primeiro emprego saíram goradas, a família continuou presente, a garantir aos filhos cama, mesa e roupa lavada.
Durante anos, acreditaram estes pais e estas mães estar a fazer o melhor; o dinheiro ia chegando para comprar (quase) tudo, quantas vezes em substituição de princípios e de uma educação para a qual não havia tempo, já que ele era todo para o trabalho, garante do ordenado com que se compra (quase) tudo. E éramos (quase) todos felizes.
Depois, veio a crise, o aumento do custo de vida, o desemprego, ... A vaquinha emagreceu, feneceu, secou.
Foi então que os pais ficaram à rasca.
Os pais à rasca não vão a um concerto, mas os seus rebentos enchem Pavilhões Atlânticos e festivais de música e bares e discotecas onde não se entra à borla nem se consome fiado.
Os pais à rasca deixaram de ir ao restaurante, para poderem continuar a pagar restaurante aos filhos, num país onde uma festa de aniversário de adolescente que se preza é no restaurante e vedada a pais.
São pais que contam os cêntimos para pagar à rasca as contas da água e da luz e do resto, e que abdicam dos seus pequenos prazeres para que os filhos não prescindam da internet de banda larga a alta velocidade, nem dos qualquercoisaphones ou pads, sempre de última geração.
São estes pais mesmo à rasca, que já não aguentam, que começam a ter de dizer "não". É um "não" que nunca ensinaram os filhos a ouvir, e que por isso eles não suportam, nem compreendem, porque eles têm direitos, porque eles têm necessidades, porque eles têm expectativas, porque lhes disseram que eles são muito bons e eles querem, e querem, querem o que já ninguém lhes pode dar!
A sociedade colhe assim hoje os frutos do que semeou durante pelo menos duas décadas.
Eis agora uma geração de pais impotentes e frustrados.
Eis agora uma geração jovem altamente qualificada, que andou muito por escolas e universidades mas que estudou pouco e que aprendeu e sabe na proporção do que estudou. Uma geração que colecciona diplomas com que o país lhes alimenta o ego insuflado, mas que são uma ilusão, pois correspondem a pouco conhecimento teórico e a duvidosa capacidade operacional.
Eis uma geração que vai a toda a parte, mas que não sabe estar em sítio nenhum. Uma geração que tem acesso a informação sem que isso signifique que é informada; uma geração dotada de trôpegas competências de leitura e interpretação da realidade em que se insere.
Eis uma geração habituada a comunicar por abreviaturas e frustrada por não poder abreviar do mesmo modo o caminho para o sucesso. Uma geração que deseja saltar as etapas da ascensão social à mesma velocidade que queimou etapas de crescimento. Uma geração que distingue mal a diferença entre emprego e trabalho, ambicionando mais aquele do que este, num tempo em que nem um nem outro abundam.
Eis uma geração que, de repente, se apercebeu que não manda no mundo como mandou nos pais e que agora quer ditar regras à sociedade como as foi ditando à escola, alarvemente e sem maneiras.
Eis uma geração tão habituada ao muito e ao supérfluo que o pouco não lhe chega e o acessório se lhe tornou indispensável.
Eis uma geração consumista, insaciável e completamente desorientada.
Eis uma geração preparadinha para ser arrastada, para servir de montada a quem é exímio na arte de cavalgar demagogicamente sobre o desespero alheio.
Há talento e cultura e capacidade e competência e solidariedade e inteligência nesta geração?
Claro que há. Conheço uns bons e valentes punhados de exemplos!
Os jovens que detêm estas capacidades-características não encaixam no retrato colectivo, pouco se identificam com os seus contemporâneos, e nem são esses que se queixam assim (embora estejam à rasca, como todos nós).
Chego a ter a impressão de que, se alguns jovens mais inflamados pudessem, atirariam ao tapete os seus contemporâneos que trabalham bem, os que são empreendedores, os que conseguem bons resultados académicos, porque, que inveja! que chatice!, são betinhos, cromos que só estorvam os outros (como se viu no último Prós e Contras) e, oh, injustiça!, já estão a ser capazes de abarbatar bons ordenados e a subir na vida.
E nós, os mais velhos, estaremos em vias de ser caçados à entrada dos nossos locais de trabalho, para deixarmos livres os invejados lugares a que alguns acham ter direito e que pelos vistos - e a acreditar no que ultimamente ouvimos de algumas almas - ocupamos injusta, imerecida e indevidamente?!!!
Novos e velhos, todos estamos à rasca.
Apesar do tom desta minha prosa, o que eu tenho mesmo é pena destes jovens.
Tudo o que atrás escrevi serve apenas para demonstrar a minha firme convicção de que a culpa não é deles.
Haverá mais triste prova do nosso falhanço?

Sem resposta!

A semana passada enviei o currículo para duas ofertas na minha área. Não que eu esteja insatisfeita com o meu trabalho, não é isso de todo. Quero conciliar com algo mais, sinto-me numa fase muito produtiva, quero fazer, fazer, fazer... ou melhor, quero falar, falar, falar... quero dar formação!
Então respondi assim a uma oferta:


Olá, boa noite Dra. *******,

Chamo-me Ana Cristina, tenho 31 anos, resido em Santarém e sou licenciada em Animação Cultural e Educação Comunitária. Além disso, possuo um curso de formação em Qualidade Ambiental e Saúde Pública, em Gestão Logística e em Web Design.

De quatro anos a esta parte, trabalho como administrativa num sindicato de *********** e lecciono as actividades de enriquecimento curricular – Actividade Musical e Expressiva e Actividade Tecnológica (construção com legos) – nas duas escolas primárias do **********.

Não sei se conhece bem esta zona, mas existe um grande número de habitantes de etnia cigana. Não quero estereotipar ninguém, longe de mim, mas deve calcular que são crianças e jovens em risco (tenho alunos de 12 anos com mais corpo que eu), com dificuldade em respeitar regras, às vezes com linguagem imprópria, mas própria do seu seio familiar…

Esta minha experiência, e a forma como a desempenho entusiasticamente todos os dias da semana, faz-me crer que trabalho bem em equipa e apresento grande capacidade de resolução de conflitos.

A minha disponibilidade para este anúncio talvez não seja nenhuma… Porque não pretendo desistir dos meus actuais trabalhos por um lugar de substituição de um colaborador que se encontra de baixa médica.

Contudo, quero deixar a proposta de uma formação de instrumentos musicais (flauta, viola ou guitarra eléctrica) ou um atelier musical, de acordo com as necessidades do público-alvo, ao fim de semana. Preferencialmente ao sábado.

Se estiver interessada contacte-me pelo email: ***********


Com os melhores cumprimentos,


Ana Silva
  

"A música está em tudo. Do mundo sai um hino."

Victor Hugo

Colegas que responderam à mesma oferta ainda receberam resposta... negativa por sinal. Eu nem direito a resposta tive... obrigadinho, sim?!

domingo, 11 de março de 2012

"Novas" Tecnologias


Novas entre aspas porque, hoje em dia, de novidade já não têm quase nada... 
Basta ver crianças de 6 anos, antes de aprenderem a ler ou escrever, já detentores do famoso Magalhães...
Enfim... A ideia da sua origem seria facilitar, simplificar... Constato exactamente o contrário.


Saaauuudades de fazer avaliações em papel,       P A P E L !!! 


Que buuuralho!!! Porque em última instância tudo é impresso... para dar a quem de direito.

sábado, 10 de março de 2012

E diz o ditado:



quinta-feira, 8 de março de 2012

Oscillococcinum


Ontem a colega de Educação Física falou-me num medicamento chamado Oscillococcinum, que seria o melhor para os estados gripais.
E eu a pensar: Pois, pois, e pardais ao ninho!
Até que ela diz: É um medicamento homeopático!
Na minha cabeça estas palavras ecoaram como um "tlim, tlim, tlim"... eis que falamos a mesma língua.
Já me abasteci do dito cujo... Já o consumi por 2 vezes...
Pesquisei na internet a sua composição e fiquei com MEDO, MUITO MEDO!

"É feito de bactérias extraídas do fígado e coração do pato..."


"Efeitos colaterais leves, mas reversível (como dor de cabeça ou erupção da pele) pode ocorrer quando se toma Oscillococcinum homeopático. Algumas pessoas também experimentam cansaço, tontura, diarréia ou uma piora temporária dos sintomas ao usar remédios homeopáticos. Sem efeitos colaterais graves têm sido relatadas com o uso de Oscillococcinum homeopático."

Dia da Mulher

Estava aqui a pensar: porque raio existe o dia da mulher e não existe o dia do homem também?! 


Isto é só um exemplo da vassalagem que, ao longo da história, a mulher tem sido submetida.
Realmente, merecemos um dia então!

quarta-feira, 7 de março de 2012

O meu estado actual...


...num autêntico jogo de Street Fighter com o vírus da gripe.

Armas utilizadas: muita vitamina C (biológica, claro, ou como eu gosto de dizer "caseira"). 
Sinto-me francamente melhor e, desta vez, não foi necessário recorrer ao tradicional cêgripe. Ainda não estou a 100%, mas com um chá de equinácea, acredito que a coisa se componha! A ver vamos...

A saúde é, sem sombra de dúvidas, o nosso bem mais precioso. Sem ela, nada tem o mesmo sabor... Eu que corro por "amor à camisola", ultimamente arrasto-me por esse amor...

segunda-feira, 5 de março de 2012

Galinhas II

Em 1946, a indústria das aves de criação dirigiu a atenção para a genética e lançou o concurso "Frango do Futuro" para criar uma ave que produzisse mais carne do peito com menos alimento consumido. O vencedor foi Charles Vantress, da Califórnia. O sangue da raça Cornish dava às galinhas vermelhas de Vantress, criadas a partir do cruzamento Cornish-New Hampshire, segundo um periódico da indústria, "o aspecto de peito largo que em breve seria procurado, com a ênfase dada ao marketing no pós-guerra."
A década de 1940 também assistiu à introdução de sulfamidas e antibióticos na alimentação dos frangos, o que  estimulava o crescimento e retardava as doenças induzidas pelo cativeiro.
Entre 1935 e 1995, o peso médio dos "frangos de carne" aumentou 65%, enquanto o tempo de espera até chegar ao mercado baixou 60%. Para termos a noção do carácter radical destas mudanças, imaginemos crianças humanas a chegarem aos 135 quilos com dez anos, comendo apenas barras de cereais e vitaminas.
Depois surge toda uma série de doenças... Doenças inflamatórias e auto-imunes, que muitos dos médicos nem sabem como lhes chamar. As meninas chegam à puberdade muito mais cedo, os miúdos são alérgicos a quase tudo e a asma anda descontrolada. Toda a gente sabe que isso se deve à nossa comida. Andamos a manipular os genes dos animais e depois damos-lhes hormonas de crescimento e uma série de drogas sobre as quais não sabemos quase nada. E depois comemo-los.
Os miúdos de hoje são a primeira geração a crescer com isto e estamos a fazer deles (e de nós próprios) uma experiência científica: a biodiversidade substituída pela uniformidade genética.

sábado, 3 de março de 2012

A Paz Universal - Fábula Africana

Em África, as fábulas não se contam só para divertir, mas também, e sobretudo, para ensinar. Por isso não se contam muitas de uma só vez, nem o narrador é uma pessoa qualquer. Contam-se à noite, à roda da fogueira e o narrador, normalmente, é um ancião, com experiência da vida e autoridade moral; a sua narração torna-se uma lição.
As fábulas não contam propriamente a verdade. Nunca se verá uma serpente a discutir com um macaco. A verdade das fábulas não está aí. Está em que, falando de animais, as fábulas, na realidade, não falam deles, mas do homem, das suas artimanhas, da sua mesquinhez, medos e paixões... Também da sua nobreza, sabedoria e felicidade. É ao homem que se dirige a moral que se desprende de cada fábula.




Entre nós, já quase não existem contadores de histórias. Há anos atrás, ainda ouvíamos a nossa avó contar a história da Branca de Neve, ou um nosso tio, que vinha de longe, as histórias dos piratas. Agora, preferimos ver televisão, que nos mete tudo pelos olhos dentro, não deixando espaço àqueles que nos encantavam com as suas histórias narradas sem tantas formalidades.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Época da Ditadura

Não deixa de ser engraçado...
Na época da ditadura...
Podíamos acelerar os nossos automóveis nas autoestradas acima dos
120km/h sem nenhum risco e não éramos multados por radares
maliciosamente escondidos mas...
não podíamos falar mal do presidente.
Podíamos comprar armas e munições à vontade, pois o governo sabia quem
era cidadão de bem, quem era bandido e quem era terrorista mas...
não podíamos falar mal do presidente.
Podíamos dar piropos à funcionária, à menina do "guiché" das contas
a pagar ou à rececionista sem correr o risco de sermos processados
por "assédio sexual" mas...
não podíamos falar mal do presidente.
Não usávamos eufemismos hipócritas para fazer referências a raças (ei!
preto!), credos (esse crente aí!) ou preferências sexuais (fala! sua bicha!)
e não éramos processados por "discriminação" por esse motivo mas...
não podíamos falar mal do presidente.
Podíamos tomar nossa redentora cerveja no fim do expediente do
trabalho para relaxar e conduzir o carro para casa, sem o risco de sermos
jogados à vala da delinquência, sendo presos por estarmos "alcoolizados"
mas...
não podíamos falar mal do presidente.
Podíamos cortar a árvore do quintal, empestada de pragas, sem que
isso constituísse crime ambiental mas...
não podíamos falar mal do presidente.
Podíamos ir a qualquer bar ou boîte, em qualquer bairro da cidade, de
carro, de autocarro, de bicicleta ou a pé, sem nenhum medo de sermos
assaltados, sequestrados ou assassinados mas...
não podíamos falar mal do presidente.
Hoje, a única coisa que podemos fazer...
... é falar mal do presidente!
Olha que meeeerda...
Como os tempos mudaram!!!