Palram PORTAS e COELHO,
E cacareja a galinha;
Os ternos pombos arrulham,
Geme a rola inocentinha.
Muge a vaca, berra o POVO,
Grasna a rã, ruge o leão
O gato mia, uiva o lobo,
Também uiva e ladra o cão.
Relincha o nobre CAVACO,
Os elefantes dão urros,
A tímida ovelha bala,
Zurrar é próprio dos burros.
Regouga a PAULA TEIXEIRA
Bichinho muito matreiro;
Nos ramos cantam as aves,
Mas pia o mocho agoureiro.
Sabem bem os DEPUTADOS
O canto seu variar;
Fazem gorjeios às vezes,
Às vezes põem-se a chilrar.
A CRISTAS, do mar aos campos,
Não aprendeu a cantar:
Como os ratos e as doninhas
Apenas sabe chiar.
O negro MACEDO crocita,
Zune o GASPAR enfadonho;
A serpente no deserto
Solta assobio medonho.
Chia a ESCOLA, grasna o CRATO,
Ouvem-se os porcos grunhir;
Libando o suco das flores,
Costuma a abelha zumbir.
Bramem os tigres, as onças,
Pia, pia, o pintainho;
Cucurita e canta o galo,
Late e gane o ZÉ POVINHO.
GOVERNO dá altos berros;
Os SINDICATOS, balidos;
O macaquinho dá guinchos,
A criancinha vagidos.
A fala foi dada ao homem,
Rei dos outros animais:
Nos versos lidos acima
Se encontram, POR TRISTE SINA,
As vozes dos principais.
Breve adaptação de Miguel Moreira do Original de Pedro Dinis
Sem comentários:
Enviar um comentário