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domingo, 19 de maio de 2013

Vozes dos animais - Portugal XXI


Palram PORTAS e COELHO, 
E cacareja a galinha; 
Os ternos pombos arrulham, 
Geme a rola inocentinha. 
Muge a vaca, berra o POVO, 
Grasna a rã, ruge o leão 
O gato mia, uiva o lobo, 
Também uiva e ladra o cão. 
Relincha o nobre CAVACO, 
Os elefantes dão urros, 
A tímida ovelha bala, 
Zurrar é próprio dos burros. 
Regouga a PAULA TEIXEIRA 
Bichinho muito matreiro; 
Nos ramos cantam as aves, 
Mas pia o mocho agoureiro. 
Sabem bem os DEPUTADOS 
O canto seu variar; 
Fazem gorjeios às vezes, 
Às vezes põem-se a chilrar. 
A CRISTAS, do mar aos campos, 
Não aprendeu a cantar: 
Como os ratos e as doninhas 
Apenas sabe chiar. 
O negro MACEDO crocita, 
Zune o GASPAR enfadonho; 
A serpente no deserto 
Solta assobio medonho. 
Chia a ESCOLA, grasna o CRATO, 
Ouvem-se os porcos grunhir;
Libando o suco das flores, 
Costuma a abelha zumbir.
Bramem os tigres, as onças, 
Pia, pia, o pintainho; 
Cucurita e canta o galo, 
Late e gane o ZÉ POVINHO. 
GOVERNO dá altos berros; 
Os SINDICATOS, balidos; 
O macaquinho dá guinchos, 
A criancinha vagidos. 
A fala foi dada ao homem, 
Rei dos outros animais: 
Nos versos lidos acima 
Se encontram, POR TRISTE SINA, 
As vozes dos principais. 

Breve adaptação de Miguel Moreira do Original de Pedro Dinis

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